sexta-feira, setembro 12, 2008

Trânsito... Infinito... De Comentários...


Assunto interminável...
As pessoas aqui em Brasília estão horrorizadas com a descoberta do conceito de congestionamento.
A cidade engessada pra 500 mil habitantes está com gente saindo pelo ladrão... e de carro... (Quem em sã consciência acredita que a capital de um país não vai receber imigrantes e só vai ser povoada por 500 mil funcionários públicos?)
Um percurso que antes era feito em 30 minutos, afinal tudo aqui é longe pra dedéu, agora se tornou uma viagem de pelo menos uma hora e meia.
As pessoas ficam desgovernadas todo vez que assistem ao jornal. Um esquema quase de terrorismo, falando da falta de opções, falando que os donos de carros são uns mimados egoístas e acomodados, que morreram não sei quantos nas últimas 12 horas. Mesmo que você leve de boa o assunto e saia de casa mais cedo, já vem acompanhado de uma nuvem de mau humor sobre o trânsito mostruoso que vai encontrar.
Se falta pista, constrói-se mais pista...isso deve funcionar. Herança do papai Roriz, governar Brasília sem construir um monumental viaduto é passar em branco.
Em um ano a cidade virou um canteiro de obras. Fantástico, exceto pela falta de planejamento.
Todas as pistas de grande circulação e que ligam as cidades ficaram bloqueadas, mas com a promessa de melhorar tudo ao final. Chegamos ao ponto em que acabou o asfalto pra tanta obra.
A EPIA, via onde passam caminhões e sempre foi esburacada (desde que me conheço por gente), foi ampliada, ganheou mais duas faixas (ainda não pintadas, é claro) e marginais de asfalto novinho... que desembocam em duas faixas, afinal passam por baixo de uma pontezinha que não pode ser removida.
A EPTG, que liga Taguatinga ao Plano Piloto, campeã de reclamações, ganhou um mega complexo de viadutos, entregues com o atraso normal de construções... Mas também é cheia de enforcamentos e reduções de faixas que, é lógico, só ajudam os congestionamentos (seis pistas desembocando em três... matemática fácil essa).
Até agora as monumentais obras só renderam um gasto fabuloso... monumental... mas solução que é bom...
Uai, por que não usar metrô ou transporte público?
Bom, o metrô daqui nos leva do nada a lugar algum. As poucas linhas que existem não resolvem nada. O metrô não é integrado com rede de ônibus, e as estações não alcançam nem o centro administrativo direito. Um exemplo: se eu quiser ir pro meu trabalho de metrô tenho que pegar um ônibus que me leve à estação da 114 sul, ou do Park Shopping. Lá pego o metrô que pára no meio de Taguatinga. Ai pego mais um ônibus que me leve a Taguatinga Norte. Gastaria a mesma 1 hora meia que já gasto, só que enlatada com uma galera dentro do ônibus. O comodismo do meu carro infelizmnte ganha disparado essa questão.
Os ônibus por sua vez estão sendo apedrejados pela população que quer as vans de volta.
Na boa, existe mesmo engenharia de trânsito ou é piada interna de engenheiros? Na boa, como alguém pode dizer que aquilo foi estudado e que chegaram à conclusão que ia dar certo?
Parece praga da construção da cidade: "Farás planejamentos limitados que não atenderão à população do futuro!!"
Quebra molas... eles pipocam por aqui... deve ser o calor da seca. É só aparecer um vizinho ou morador de condomínio que acredita que a velocidade dos carros está muito alta e pronto...surge mais um quebra molas. Eles parecem frutos do Himalaia, gigantes, ondulados, quebram mesmo se você não reduz pra primeira marcha. Até a versão com sonorizador no meio eu já passei.
Faixas de pedestre... elas são respeitadas aqui. E os pedestres realmente acreditam que o simples fato de pensarem em atravessarem a rua significa o congelamento dos carros. Aquele lance de abanar a patinha e dar o tal sinal de vida é lenda. Quem faz isso são os motoristas que por acaso estão a pé, pois sabem a droga que é um pedestre semi suicida pular na frente do seu carro.
Curiosamente quase todas as faixas são ao lado de paradas de ônibus. Como saber se aquele infeliz está ali parado pra atravessar ou para esperar o ônibus? Adolescentes amam faixas de pedestres na saída da escola. Se amontoam lá pra bater papo... Só isso, porque quando vão atravessar passam pelos carros fora da faixa.
A cada 100 metros temos uma placa sinalizando a bendita. Uma diz que a faixa está a 200 metros... outra contando que a dita está a 100 metros... e finalmente ela aparece. Quem está drigindo vive com o pé no freio rezando pra dar sorte aquele dia...
A lei seca vem salvando vidas, segundo estatísticas. Mas como todo mundo sabe, estatística é uma ferramenta fantástica para provar qualquer besteira usando números. Mas o assunto não é esse. O fato é, quem realmente bebia horrores continua bebendo do mesmo jeito, até mais se bobear. Os que pararam de beber ficaram retardados. De verdade, os motoristas estão muito piores. Dirigem devagar, no meio das pistas, ou cortando feito malucos. Corredor, uma prática comum de motoqueiros, tem sido realiazada por carros da mesma forma, até por mini vans... uma coisa de louco. As pessoas parecem tensas, não podem ver uma viatura de polícia que ficam perdidas. O fim do happy hour transformou os motoristas em uma massa revoltada e atoleimada que conduz carros como se estivessem numa pista de bate bate.

Haja piada, haja paciência, haja tempo...

Um comentário:

Pilpas disse...

Manu!

Eu saio de casa com a danada da núvem de taguatinga pro plano.. pela estrutural... fico puto com a galera que insiste em ir na 3 faixa pra freiar na minha frente quando estou a pouco mais de 80km... aih pra nao bater tem que sair costurando, e fica assim até chegar ali perto da nova sede da camara legislativa..

ah, e sobre a danada da ponte da eptg... nao mudou nada.. pra mim nao...

(1 mes atrasado :D)