quarta-feira, dezembro 07, 2005

Can I Play With Madness

Só divagando...

O que é a sensação contínua de que as coisas estão fora do lugar? O aperto no peito e a cabeça a mil? Como silenciar os pensamentos que nem atrapalham tanto o estar no mundo, mas dificultam muito estar em você mesmo?

Como é se perceber à parte da própria vida, vendo tudo passar adiante como num filme, simplesmente passando? Acelera, pausa, volta... o pior, é um filme que você só esta assistindo porque não tem nada melhor pra fazer naquele momento.

Como entender todos os sentimentos que passam de uma vez só, tão estanques e ao mesmo tempo contínuos? Transitar da contemplação ao desprezo, da paz para o ódio, sem nem perceber, sem nem sentir que algo aconteceu...

O que é passar horas dissecando os pedaços daquilo que se chama realidade, juntando e remontando, destruindo e reconstruindo tudo que acontece, uma, dez, mil vezes ao dia sem, entretanto, chegar a conclusão alguma? Querer montar seu personagem para aquela peça, mas não sabe qual o papel é seu, afinal....

Acordar, interagir, viver, como era de se esperar, mas mantendo aquele olhar de anestesia. Duvidar daquilo que se vê e apostar no invisível.

Montar sua colcha de retalhos usando cenas de filme, memórias reais, trilhas sonoras, memórias que pensa ter vivido, lembranças do que nunca foi fato, histórias que ouviu em alguma mesa ao lado.

Como aceitar a vontade de quebrar o próprio peito, de afundar os dedos sob a pele e se rasgar, acreditando que a dor vai trazer um pouco de realidade? Como segurar tanto tempo o grito preso na garganta, os punhos cerrados, a respiração entrecortada?

O que fazer com o sono que não vem ou que nunca vai embora?

Murmúrios, pensamentos, palavras.

Se resignar a sua condição... Palavras ditas ao vento por lábios adormecidos... agora é aceitar e seguir com a vida...

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