quarta-feira, janeiro 31, 2007

Eu Prefiro Ter um Filho Viado que um Filho Velha

Nunca essa frase fez tanto sentido pra mim quanto hoje.
Estou na fila do banco, o local que preferencialmente ocorrem as pertubações do cotidiano. Fila única pros caixas, um bando de mocorongo com cara de idiota, um caixa com problemas, uma velhinha e uma posso ajudar perdida: essa é a receita mágica pro sucesso.
É o seguinte: tem os caixas reservados pra depósito, quem quer fazer o saque espera o próximo, tava definido assim. se abre um caixa pra saque eu passo minha vez pro próximo que vai fazer saque (que pode ser em qualquer caixa afinal de contas). tranquilo e acordado entre todos. Na minha vez chega a velhinha, já resmungando e entrando na frente da fila, afinal é o direito dela. Até ai nenhum problema. Mas a mocinha que estava no caixa não conseguiu realizar a operação e sai pra chamar a atendente. Nisso uma esperta do final da fila pula pra fazer o saque no caixa de depósitos. Chamei por ela e expliquei que tinha uma pessoa no caixa, uma idosa esperando e eu na frente dela, que esperasse. Nesse momento a velhinha se enche de direitos e diz que ela esta na minha frente porque pode, começa a reclamar e me acusar de desrespeitar a lei.
CARAMBA eu tava defendendo ela e a criatura vem pra cima de mim. Chamei de palhaça!!!! Já que estava sendo considerada desrespeitosa fiz valer a alcunha. resmunguei e xinguei cada minuto que estava ali, para ser ouvida por todos mesmo. ainda olhei com cara feia e chamei de palhaça de novo na saída.
Velha idiota. Acha que porque estava cansada podia encher o saco dos outros, foi pra fila só pra fazer a filha pular na frente. Se esta tão incapacitada por que não ficou no carro ou em casa? Odeio cotas. Odeio filas preferenciais sem motivo justo.
Sim, meus piche points aumentaram muito hoje...

terça-feira, janeiro 30, 2007

8x ou Eu Odeio a Renner

Sempre gostei das lojas de departamento, a renner então nem se fala.
Fiz cartão e tava toda feliz. Até ontem.
Fui pagar o cartão e quando estou esperando na fila (afinal a porcaria do site não funciona) percebi que tinha uma adicional de encargos de quase 55 reais. Ai lentamente comecei a pensar, e esse é o problema, pensar lentamente.
Quando fui fazer a tal compra, véspera de ano novo, tinha um monte de cartazes falando em dividir em 8x as compras e tudo mais. Naquele burburinho nem pensei duas vezes, dividi em 8 vezes, por que não?
Ontem na fila vi meu erro: 8x com parcelas fixas, ou seja: JUROS. Ai procurei o tal do cartaz e vi la embaixo a taxa e tudo mais, especificado em letras pequenas. Se tivesse dividido em 5 vezes era sem juros. Eu podia ter dividido em 5, não ia fazer diferença pra mim, mas como fui desatenta me ferrei.
Mesmo sabendo que foi minha falta de atenção, fiquei puta. Por que a droga da atendente não me avisou desse detalhe? Claro que ela não avisaria, já estava nos cartazes, não é? Mas ainda assim fiquei revoltada, ja tinha gastado uma grana e agora vou pagar mais ainda por bobeira. Odeio me sentir uma idiota. E foi isso que eu fui.
Droga de cartaz, droga de loja, droga de cartão, droga de pensamento lento...

sexta-feira, janeiro 26, 2007

Observações de Um Mundo a Parte

Não é novidade que fico completamente a toa no meu trabalho. E como em cabeça vazia não rola algo muito produtivo, fico observando as coisas ao redor.
Ontem acompanhei uma descrição de crises de enxaqueca. Quem já teve uma sabe muito como é, mas a menina fez questão de valorizar cada detalhe, cada fisgada que sente quando em crise. Engraçado que cada detalhe que contava a outra que escutava falava que já tinha sentido o mesmo e acrescentava um dado novo, mostrando que não só entende o sofrimento mas que tem mais. E de repente percebo aquela competição bizarra para saber quem tem mais dor. Elas poderiam passar horas ali nesse debate sem uma convencer a outra de que sofre mais.
Lembrei o quanto isso é comum, parece que temos a mania de explicar nossas doenças e torná-las imensas, como justificando aquele momento. Falar do meu pé torcido ou da dor de dente não é suficiente, tive que falar do horror de ficar paralisada ou das dores de cabeça aterradoras, como se ninguém tivesse passado por isso antes. Tem gente que já passou por algo até pior, mas era meu pé e meu dente, nada mais importava.
Isso serve também pra justificar todo o complexo de reações que vem disso, o mau humor, a falta de paciência com o mundo, o aborrecimento, a fraqueza. Normalmente eles não seriam aceitos, quem gosta de se apresentar como fraco diante do mundo? Parece que esperamos um momento visivel de fraqueza pra aproveitar e colocar tudo pra fora, lavar a égua. É igual a TPM, claro que ela interfere, mas nessa época tudo é muito bem justificado, até o que não é sintoma mesmo.
Bom, já defendo faz tempo a tese de que sofrimento não se mede, cada um tem o seu que incomoda bastante. Tem gente que aguenta um tiro, tem outros que aguentam uma farpa no dedo, não importa, é sofrimento do mesmo jeito porque dói sem escalas, sem comparações.

Até que na minha falta do que fazer pensei em muita coisa né?

quarta-feira, janeiro 24, 2007

Nas Mãos de Jesus

Fui no meu novo dentista hoje, e ele se chama Jesus...
Sem trocadilhos, ele é abençoado. Primeiro que passa uma tranquilidade rara em dentistas. Já começou me falando a melhor frase imaginável pra um consultório: "Você não vai precisar fazer canal, é só uma cárie". Nossa, me senti nas nuvens, foi maravilhoso.
Fez um orçamento super bacaninha, nada que me destrua, e resolvoeu minha dor de dente em menos de uma hora. To encantada, pensava que seria impossível.
Ao invés de me torturar e reclamar do meu nervosismo, bateu papo, explicou tudo que estava fazendo e terminou o serviço rapidinho. Não precisou de três tubos de anestesia, só meio. Minha boca não está incomodando, apenas formiga um pouco. Achava que isso era lenda, como ir ao dentista poderia ser tranquilo? Foi!!
Alívio!!!!!!!

terça-feira, janeiro 23, 2007

E o Ano só Está Começando

Pois é, o ano nem começou direito e ja tive semanas memoráveis.
A primeira pós reveillon foi tranquila, afinal um ano que começa com segunda feira feriado é do bem.
Segunda semana: uma semana de pé pra cima, mas não no bom sentido, torci a patinha e fiquei presa em casa louca pra sair.
Terceira semana: pezinho ok!!! Mas fui pega por uma mega gripe, ou seja, mais uma semana de cama (mais uma vez não no bom sentido).
Agora acabou a gripe, o pé ta joinha mas... descobri que tenho que fazer um canal de novo. Eu que amo dentista estou soltando fogos de alegria, imagina... dor, inchaço e mais dívidas, só sucesso!!!! Aeaeaeae!
Se isso foi janeiro tenho medo de pensar o que está por vir...
No final eu sei que consigo... Quem sabe gastei todas as porcarias no começo e o resto vai ser ótimo... mas dá um desânimo...

sábado, janeiro 13, 2007

Vida de Bengala

Passei a semana apoiada na bengala. Droga de pé torcido. Não imaginava que eu estava tão hiperativa assim. Muita energia e muito pouco a se fazer.
Ontem fui na locadora pegar um filme e aproveitei pra contemplar o mundo. sim, estar de bengala te força a fazer as coisas num ritmo menor, talvez o ritmo certo. Olhei ao meu redor, olhei pro chão, pro céu, andei com calma, coisa rara de se fazer a tempos, sempre to correndo pra algo, mas na verdade não é que eu necessite correr. Percebi que na realidade corro por hábito não por precisar. Qual grande urgência afinal?
É terrível perceber o papel que meu emprego tem. Não é somente me dar dinheiro pras minhas besteiras, mas ocupar um tempo completamente morto, que de uma forma ou de outra não seria ocupado com algo. Ele existe para simplesmente matar umas horas da total falta de ocupação. Pelo menos lá tenho algo sobre o que reclamar.
Sempre tem alguém pra falar que o dia deveria ter umas 30 horas pra dar tempo de tudo. HA! Pelo contrário, ultimamente tenho achado que ele deveria ter umas 12 horas de tempo real, e ainda sobrava tempo.
Sim, estou entediada, quase aborrecida.

terça-feira, janeiro 09, 2007

Começando Com o Pé Direito

Nada mais literal e mais ridículo... Comecei o ano torcendo o pé, o direito lógico.
To aqui às 01:29 da madrugada como pé doendo, com as costas entrevadas e o nariz entupido, fora a TPM, que torna tudo isso um martírio.
Perdi quatro horas do meu dia no Hospital de Base pra ver um boçal que me desse um atestado, afinal pelo menos pra alguma coisa serve esse tipo de acidente.
É impressionante a sensação de desemparo que sinto dentro de um hospital. Eu tava lá, sozinha, vendo a miséria humana, com toques de gritos e gemidos sem contar a espera em uma fila interminável. Isso tudo pra ouvir um cretino me chamar de santinha e tentar fazer piadas com meu nome enquanto me passa o brilhante diagnóstico: você torceu o pé.
Na boa, como eles tem coragem de formar um ortopedista? Que raio de profissional é esse que só sabe olhar pro raio x, dizer algo completamente óbvio e te receitar um anti inflamatório? Médicos de maneira geral já são uma benção, mas ortopedistas passam todos os limites. Ficam lá desfilando de jaleco, achando que fazem parte da elite.
Fora isso, a idéia de ficar presa me deixa louca. Arranjei uma bengala no maior estilo House, mas isso ainda assim me deixa com movimentos limitados. Não posso sair, não consigo ficar de pé direito, não sem dor, não vou passear. To aqui sozinha presa descobrindo que a porcaria do intercine vai passar um filme xarope.
Melhor quase impossível, afinal não é seguro chamar mais murphions dizendo que algo é impossível...