segunda-feira, outubro 24, 2005

A Ervilha e a Princesa

Lembrei de uma história que traduz muito bem como estou me sentindo. Aquela da princesa que mesmo em cima de um monte de colchões sabe que tem uma ervilha lá embaixo, incomodando o suficiente para não conseguir dormir.
Queria que essa ervilha sumisse!

Ah, novidades: novos rituais de dor e sofrimento!
Finalmente fiz minha tatuagem! Ficou linda e nem doeu tanto assim. Já planejo fazer outras (hehehehe).
O outro ritual não tem o mesmo significado nem a mesma alegria. Estou me preparando para um tratamento de canal. Terror e pânico. Mais um belo presente pra minha coleção de maravilhas de aniversário (tenho que fazer uma menção honrosa e novamente afirmar que a Dani salvou meu aniversário ano passado, com muito carinho, diversão e alegria, eu não esqueci não)

quinta-feira, outubro 20, 2005

Mais um Ciclo de 7 Anos

Diz a lenda que passamos por ciclos de evolução a cada sete anos., nos quais fechamos uma etapa de vida e começamos algo novo. Pois bem, estou nas vésperas de completar mais um ciclo, meus 28 anos estão chegando. Se eu tentar lembrar os outros fechamentos posso dizer que realmente minha vida estava passando por mudanças radicais. Ai parei para pensar no agora.
O problema é que não achei muitas respostas. Me encontro numa situação no minimo diferente. A sensação que tenho hoje é que me perdi em algum ponto do caminho. Estou vivendo, fazendo minhas coisas, mas em nenhuma delas eu me vejo realmente, é como se fosse um holograma, ou algo assim. Estou navegando com instrumentos, meio que no piloto automático. Me pergunta uma música que eu amo? Não sei mais responder. Fala de um filme que adoro... pois é não to lembrando tantos quanto antes. O que gosta de fazer? Perguntinha complicada...
O carrasco esta estranhamente quietinho, mas sinto ele se movimentando, ele se debatendo, como se quisesse gritar algo, mas está amordaçado. Talvez isso explique a sensação de angústia sutil mas constante. Vivo cada dia como único, mas estou sempre de olho no amanhã, no daqui a pouco, no próximo capítulo.
Sei que as sementes da mudança estão todas aqui, bem plantadas, mas ainda não tiveram muito solo pra nascer. De vez em quando ouço aquela voz da resistência sussurrando que devo ter mais para minha vida, mas vira só um sussurro mesmo, que se perde com um cigarro, com uma cerveja ou com alguma distração.
E o peso no peito?? Nossa, parece que vai explodir, parece que vai implodir, parece que vai me fazer sumir. E algumas vezes a idéia de sumir não é tão ruim. Lembro dos meus planos mirabolantes de ir pro Rio, mudar minha vida, reconstruir tudo, começar do zero. Mas sempre lembro que não funciona bem desta forma. Minha personalidade tão única e cheia de excentricidades continua firme e forte, me acompanhando. Além disso já é comprovado que não consigo me desfazer dos meus laços (não da maneira que deveria para poder pirar o cabeção e fugir de tudo).
Aonde que eu fiquei? Cade a Manu? Aquela que eu demorei tanto pra formar, cuidei tanto, machuquei muito ... Em qual momento eu me perdi e virei uma xerox de mim?
Não lembro se aos 14 ou aos 21 passei por esse tipo de questionamento existencial (ainda me conhecendo bem, devo ter passado sim, e com a mesma intensidade), mas sei que este ta foda. Odeio me sentir de mãos atadas. Pior, eu mesma atei as mãos.
Tomara que seja só mais um inferno astral, e que no dia 2 tudo comece fazer sentido de novo. Tai um bom presente de aniversário, me encontrar de novo. To com saudades.

sexta-feira, outubro 07, 2005

Burrice: Uma Benção

Eu já pensei sobre isso inúmeras vezes, já acalentei essa idéia com muito carinho. E hoje mais uma vez percebo que essa é uma das maiores verdades do mundo. Como eu gostaria de ser burra, de ser tapada, de não conseguir olhar um passo à frente. Talvez eu sofresse muito menos.
Me sinto como no Matrix: tudo que olho já vem decodificado, mostrando que é tudo uma farsa. Uau, que super poder!!!
Neste Natal vou lembrar de pedir isso pro Papai Noel: ser burra, ou limitada, ou os dois (afinal me comportei muito bem esse ano).

Falando Sobre o Nada

"O mini-submarino russo, AS-28, que ficou preso a 190 metros de profundidade, na quinta-feira passada foi hoje resgatado. Todos os tripulantes encontram-se bem.
A tripulação passou três dias presa, a enfrentar um temperatura de cerca de 6 graus e a ameaça do esgotamento das reservas de oxigênio.
O submarino foi trazido à superfície às 7h25 da manhã (hora local, 03h25 UTC). ´A tripulação [do mini-submarino] abriu a escotilha e subiu até ao navio de resgate por seus próprios meios´, disse o almirante Victor Fyedorov, da marinha russa, que também afirmou que ´o AS-28 será transportado até à costa para ser examinado por especialistas´."

Vida curiosa essa em um submarino. Contraste incrível entre a grande quantidade de água e a aridez do metal pra todo lado. Para todo lugar que se olha tem monitores e leds, bips e alertas. Nada de muito novo nem de muito velho, afinal cada dia algo quebra a rotina (seja um bip diferente, seja uma luz piscando em outra frequência).
Muitas atividades: correr para o posto de comando 1, voltar para o posto de comando 2, passear pelo posto de comando 1... Ali tem tudo que se pode precisar: cobertor, um monitor com notícias e estatísticas além muitas latinhas de comida. Água, muita água.

Mas o que esperar de um submarino? Infâme mas real: ele foi criado para afundar.