quinta-feira, outubro 20, 2005

Mais um Ciclo de 7 Anos

Diz a lenda que passamos por ciclos de evolução a cada sete anos., nos quais fechamos uma etapa de vida e começamos algo novo. Pois bem, estou nas vésperas de completar mais um ciclo, meus 28 anos estão chegando. Se eu tentar lembrar os outros fechamentos posso dizer que realmente minha vida estava passando por mudanças radicais. Ai parei para pensar no agora.
O problema é que não achei muitas respostas. Me encontro numa situação no minimo diferente. A sensação que tenho hoje é que me perdi em algum ponto do caminho. Estou vivendo, fazendo minhas coisas, mas em nenhuma delas eu me vejo realmente, é como se fosse um holograma, ou algo assim. Estou navegando com instrumentos, meio que no piloto automático. Me pergunta uma música que eu amo? Não sei mais responder. Fala de um filme que adoro... pois é não to lembrando tantos quanto antes. O que gosta de fazer? Perguntinha complicada...
O carrasco esta estranhamente quietinho, mas sinto ele se movimentando, ele se debatendo, como se quisesse gritar algo, mas está amordaçado. Talvez isso explique a sensação de angústia sutil mas constante. Vivo cada dia como único, mas estou sempre de olho no amanhã, no daqui a pouco, no próximo capítulo.
Sei que as sementes da mudança estão todas aqui, bem plantadas, mas ainda não tiveram muito solo pra nascer. De vez em quando ouço aquela voz da resistência sussurrando que devo ter mais para minha vida, mas vira só um sussurro mesmo, que se perde com um cigarro, com uma cerveja ou com alguma distração.
E o peso no peito?? Nossa, parece que vai explodir, parece que vai implodir, parece que vai me fazer sumir. E algumas vezes a idéia de sumir não é tão ruim. Lembro dos meus planos mirabolantes de ir pro Rio, mudar minha vida, reconstruir tudo, começar do zero. Mas sempre lembro que não funciona bem desta forma. Minha personalidade tão única e cheia de excentricidades continua firme e forte, me acompanhando. Além disso já é comprovado que não consigo me desfazer dos meus laços (não da maneira que deveria para poder pirar o cabeção e fugir de tudo).
Aonde que eu fiquei? Cade a Manu? Aquela que eu demorei tanto pra formar, cuidei tanto, machuquei muito ... Em qual momento eu me perdi e virei uma xerox de mim?
Não lembro se aos 14 ou aos 21 passei por esse tipo de questionamento existencial (ainda me conhecendo bem, devo ter passado sim, e com a mesma intensidade), mas sei que este ta foda. Odeio me sentir de mãos atadas. Pior, eu mesma atei as mãos.
Tomara que seja só mais um inferno astral, e que no dia 2 tudo comece fazer sentido de novo. Tai um bom presente de aniversário, me encontrar de novo. To com saudades.

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