quinta-feira, maio 10, 2007

Dando o Braço a Torcer

Não é novidade que odeio meu trabalho. Por sinal é mais comum perceber isso do que gostaria. Sou contra toda aquela política de assistencialismo, fico horrorizada com a falta de vergonha dos usuários, que se colocam como vítimas que devem ser eternamente compensadas, enfim, é um lixo.
Mas hoje aconteceu um daqueles momentos que me fizeram dar o braço a torcer. E de bobeira, nada que seria muito expressivo, mas fiquei feliz de ver o momento.
Eu coordeno um projeto que dá cursos profissionalizantes para adolescentes carentes. O curso é bom pra caramba. Eu sou responsável por selecionar o s meninpos, que na sua maioria são uns desinteressados com tudo. Faço reuniões e encaminho pro tal curso.
Hoje fui na formatura da última turma que montei, no começo do ano. Normalmente eu já me emociono loucamente em formaturas, e essa então foi show.
Lembro daqueles moleques, todos esquisitos e feinhos na primeira reunião, de apresentação das regras do projeto. Eles em olhavam como uma cara de desânimo absurda, mas sempre achei normal. Tinha duas meninas novinhas com seus bebês, um menino que não tinha como chegar no ponto pra pegar a condução e uns outros só com cara de bobo mesmo.
Hoje eles estavam lá, arrumados, com outra postura, sorridentes e unidos. O bebê de uma das meninas estava lá, passando de colo em colo, era o mascote da turma que inteira mimava o menino. Alguns tentando nao chorar, muitos pais orgulhosos.
De verdade, me emocionei.
Uma mãe veio me agradecer, ela lembrou de mim.
Fui chamada pra representar a secretária do governo, já que ninguém do gabinete veio. Entreguei diplomas, cumprimentei todos, conheci autoridades (quase esbarrei como vice governador, só que ele mandou um representante). Isso é novo.
Fiquei orgulhosa dos moleques e de poder estar ali...

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