terça-feira, novembro 29, 2005

Duplipensando o Negrobranco

Esse post vem em etapas, ainda estou organizando as muitas idéias...

"Nada existe exceto pela via da consciência humana"

Como aceitamos aquilo que nos é contraditório? Como tornamos fato aquilo que não é meramente crível? Como lidamos com os pedaços de realidade e montamos aquilo que achamos verdadeiro?
O tempo todo estamos diante da possibilidade de estar simplesmente passando por cima das coisas, por mais absurdas pelo simples fato de assim fazê-lo. Assumimos uma flexiblidade de lógica, a tal ética relativa, explicando aquilo que não é explicável.
Somos preprados para estar em contato com essas várias realidades, acomodá-las e atribuirmos significado de acordo com a situação e conveniência?
Como tiramos a sensação de estranheza ao nos depararmos com o fato e temos que simplesmente atribuir outro sentido?
Hoje parei pra pensar no passado, mas não da forma habitual. Quis perceber as cores que dei a ele, com que tons pintei cada momento para torná-lo real e justificar o presente. Não foi espantoso perceber que os mesmos fatos poderiam ser colocados de outra forma, que mudassem tudo. Mas os fatos, ah esses ainda estariam lá imutáveis. E por que não escondê-los? Por que não modificá-los de maneira tão convicente que se tornassem reais e concretos, como as lembranças anteriores. Sei que estou divagando sobre o óbvio, mas será que já tinha pensado nisso antes, pelo menos dessa forma? Continuamos apagando e escrevendo as histórias, montando e desmontado aquilo que deveria ser imutável, o passado. E cada vez mais nos tornamos experts em aceitar as dissonâncias que surgem desse processo .
Finalmente li aquilo que sempre soube: a ignorância é poder. Talvez tenha dado um novo sentido a isso... Aqueles que mais sabem deveriam ser os mesmos que ocultam melhor esse conhecimento, e nessa capa de ignorância encontramos o real poder...

"Pois é só reconciliando contradições que se pode reter indefinidamente o poder."

Ps. Sim, eu acabei de ler 1984...

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