segunda-feira, abril 03, 2006

Situações Novas Sentimentos Antigos

É, realmente não estou conseguindo levar na esportiva.
Estou impressionada na repercussão que teve em minha vida essa história do emprego.
Hoje eu chorei na sala da diretora, na frente dela, após uma exaustiva reunião de 4 horas. Quatro horas inteiras, nas quais as tias amargas com as quais vou trabalhar ficaram batendo boca e falando que não fazem isso, não fazem aquilo, que não dá certo isso, que não querem tal coisa...
E eu lá, também amarga, mas pelos meus motivos.
Minha mãe fica me falando pra aceitar esse sofrimento em nome de um bem maior, tenta me encher das esperanças que ela ganha na religião, mas hoje a única coisa que me passou na cabeça é: já é sofrimento suficiente estar viva, já estou cumprindo minha parte.
Quando me dei conta do que tinha acabado de pensar percebi aquela sensação horrível de aperto no peito, aquela vontade imensa de me trancar no quarto e deixar de existir. Assim, simples, só deixar de existir. E uma tristeza tão grande. Me esforcei pra dar um sorriso hoje e não consegui. Se fico parada só um pouquinho meus olhos se enchem de água. Será que estou super valorizando? Será que deveria tentar ver o lado positivo (poxa, você nem ta trabalhando tão longe, podia ser pior)? Talvez... Mas não tá rolando.
Não vou na minha terapia há 2 semanas. Eu já faltei mais vezes que isso, mas era minha opção, eu escolhia faltar por algum motivo (geralmente não queria encarar algo). Agora eu estou privada da minha terapia, justo nesse momento que preciso de apoio, e não é uma escolha minha.
Passei por muitos altos e baixos, mas essa sensação de desalento total eu não sentia há muito tempo. É aquela velha sensação que não está só na cabeça, está no corpo, está na postura, está no olhar. Meu pescoço está travado desde sexta-feira, dói o dia inteiro, o tempo todo, e não tem antinflamatório ou relaxante muscular que faça passar.
Lembrei da felicidade quando recebi a notícia do emprego novo. Eu chorei de alegria (são lágrimas deliciosas as de alegria) e fiquei repetindo: estou livre, estou livre. Finalmente ia poder colocar a vida nos eixos, finalmente vou poder fazer algo que gosto de novo (voltar para clínica). Tentei não criar nenhuma expectativa, afinal sabia que ainda era emprego público, aprendi o que isso significa. Não imaginei nehuma maravilha ou realização profissional através disso.
Me senti naqueles filmes de terror tipo B que adoro assistir. Quando o protagonista derrota toda a legião do mal e começa tocar aquela música de créditos vem alguma coisa e fecha ele dentro da dimensão do caos.
A única frase que vem na cabeça é "putz, se fudeu..."

"Something takes a part of me
Something lost and never seen
Everytime I start to believe
Something's raped and taken from me... from me
Life's gotta always be messing with me. (You wanna see the
light?)
Can't they chill and let me be free? (So do I)
Can't I take away all this pain. (You wanna see the light?)
I try to every night
All in vain... in vain.
Sometimes I cannot take this place
Sometimes it's my life I can't taste
Sometimes I cannot feel my face
You'll never see me fall from grace"

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