quarta-feira, março 26, 2008

Filme Cabeça

Sempre aparece uma discussão em mesa de bar sobre filmes cabeça, filmes com um significado, um estilo, uma linguagem especiais, que refletem a visão do diretor, do autor, do raio que o parta, mas com um lirismo e beleza fantásticos...
Pra mim isso sempre foi papo do P.I.M.B.A. Pois continua sendo.
Se eu quisesse pensar e filosofar sobre algo leria um livro. São formas de arte da mesma forma e cada uma estimula um lado. Quando quero pensar em algo ou soltar minha imaginação eu leio um livro porque ele deixa as lacunas necessárias para soltar meus pensamentos, as imagens da minha cabeça, meus achismos. Às vezes passo horas, dias, refletindo sobre algo que li.
Música também é uma expressão cultural/ artística e é curtida em certos momentos...tem hora que você precisa ouvir algo e viajar na emoção.
Ok, quando vejo um filme quero relaxar. Como num role playing mesmo, quero experimentar situações que são impossíveis ou fora de possibilidade na minha vida. Quero me identificar com os personagens, quero poder exercitar a empatia, a raiva, torcer por um final, odiar uma pessoa que depois de 2 horas não existe mais. Posso ser uma rainha, um astronauta, um cachorro, uma guerreira, uma executiva, qualquer coisa. Lembrar aquela experiência fantástica do faz de conta, que infelizmente abandonamos na infância e não conseguimos mais recuperar.
Quero sentir aquilo a que o filme se propõe... Se é um drama que ir às lágrimas desesperadamente. Se uma comédia, tenho que rir até bater palmas. Suspense? Devo dar pulos e ficar louca pra tentar desvendar o final imprevisto. Filmes cabeça parecem não se propor a nada, não são claros o suficiente sobre o que querem dizer, apenas buscam uma mensagem encriptada em estilo.
Fazendo um paralelo com a frase clichê acima, eu prefiro filme coração.
Não me importa se a produção é milionária mas o tema é bobo. Marca do diretor? Não vou assitir nada por causa disso. Claro que tem diretores que possuem seu modo de mostrar as coisas (é inconfundível um filme do Tim Burton ou do John Woo, por exemplo), mas não acho que esse seja o único atrativo.
Quero ver imagens belas, ouvir uma música que me conduz pela narrativa, quero ver uma narrativa!!!! Sim, porque ainda ninguém conseguiu me convencer que um filme iraniano sobre um sapato tem uma narrativa, parece mais um amontoado de cenas esquisitas sem sentido nenhum (cinema dadaísta? existe isso já?)...

Um comentário:

James Zortéa disse...

não acha chato que um rótulo traga exatamente o sabor imaginado.. e a surpresa onde fica?
quero sempre ser surpreendido, um filme de terror que traga boas risadas, uma comédia que me arranque lágrimas.. que as margens sejam extravasadas.