domingo, abril 26, 2009

A Pergunta do Fantástico

Essa semana foi tumultuada no campo das notícias. No momento em que não estamos xingando os deputados que roubam nosso dinheiro (como se isso fosse alguma novidade) ficam as chamadas sobre a decisão polêmica do toque de recolher pra menores.
O debate hoje no fantástico é esse: quem deve regular a vida dos filhos: a justiça ou os pais?
Quando eu era adolescente se minha mãe estipulasse um horário para estar em casa, eu provavelmente estaria lá. Se eu desobedecesse, tinha a clareza das implicações disto, não sairia barato. Meus pais sabiam as notas que eu tirava na escola, conheciam meus amigos, sabiam o que eu fazia, mesmo quando eu tentava esconder. Eles realmente cumpriam sua missão de me educar, estando vigilantes e presentes. Um não bem dito era uma forma de me educar, e eles não ficavam nem um pouco culpados por isso. Era o papel deles me dar limites.
Minha geração foi uma das últimas felizardas a ter isso: Família.
Se olhar os moleques de hoje com mais cuidado é de dar pena. São umas criaturinhas completamente estéreis, sem formação de valores, sem referencial de família, sem noção de limites. As amizades são mais frágeis, se é que ter um monte de miguxos no orkut é ter amigos.
Em algum ponto nebuloso do passado recente, dar limites se tornou quase um crime. A culpa que pais e mães sentem por não estarem presentes ao lado de seus filhos foi compensada com o sim para tudo. A ausência de família virou motivo para presentinhos.
Lembro de uma reportagem do próprio fantástico, na época que aquele cara matou a ex namorada, menor de idade. Em algum momento questionaram como uma mãe deixa uma filha de 13 anos namorar com um cara de 19. Em um dos depoimentos, a guria fala na cara da mãe que se estivesse apaixonda namoraria sim, não importa o que a mãe achasse. A pobre da mãe ficou lá, com aquela cara de tacho.
O poder dos pais foi destituido há muito tempo.
Parece que nesse país tudo que remete a um limite é logo associada à ditadura, e ai vem todo aquele desespero pela defesa da liberdade. Está mais que na hora da gente se libertar disso. Limites não são maus. Limite não é supressão de direitos. E no fim, direitos sem deveres são mais ditatoriais do que qualquer regime político.
Hoje não temos mais a estrutura de família. Essa gana em incluir todo mundo para que ninguém se sinta a parte (mundinho politicamente correto) acabou oficializando uma infinidade de equações que resultariam numa família, mas que ao fim não formam nada. Por sinal, nem a velha fórmula pai+mãe+filhos funciona mais. Não existe mais o compromisso em formar alguém, em se responsabilizar por alguém. Responsabilidades pesam, e ninguém hoje quer se responsabilizar por nada. Somos vítimas de tantas coisas, ainda ter que carregar o peso da responsabilidade??
Pais são reféns dos próprios filhos, que respondem, enfrentam, agridem, matam. Se eles não conseguem colocar um freio nisso quem poderá?
Na real, um moleque de 15 anos não tem que estar na rua o meio da madrugada.
Se olhar qualquer jornal hoje já pode saber que a marginalidade está se escondendo atrás do ECA pra conseguir cometer seus crimes sem punição.
E na boa, se os moleques de hoje não sabem ouvir o não de um pai, tlve da justiça escutem. Por sinal será educativo pros 2 lados, pais lenientes e filhos desregrados.
E a ação da justiça não é uma agressão ao estado de direitos, às liberdades individuais.

Um comentário:

Mari Baesse disse...

Assino embaixo!!!
Apoiadíssima Manu!!!!
Sempre ouvi não quando tinha que ouvir e nunca morri por causa disso, pelo contrário, foi educativo e me ajudou a crescer.
Limite é importante e todo mundo precisa dele, em qualquer idade.